Como avaliar a arte?

Não existem meios para se definir o valor comercial e o valor artístico de uma obra de arte.

São atribuídos valores em virtude de condições variáveis ou impostas por uma classe dominante (críticos, marchands, historiadores), portanto: sem parâmetro, compreensão ou entendimento. Não se deve confundir valor material, monetário com valor arte. Quando um artista atinge um alto status, a partir daí vende-se a "assinatura". Um trabalho de Picasso, Não importa a obra em si, pela assinatura vale milhões.

Um outro tipo de valor da obra é definido pela sua característica de valor histórico pela sua importância na trajetória da arte. Obras que inspiraram

gerações transformam o rumo da arte. Um exemplo característico desse caso é o quadro de Monet "Impressões do Sol Nascente". Esse quadro é o marco inicial do impressionismo e com ele houve uma verdadeira revolução no conceito da pintura. Portanto, esse quadro é significativo não pela sua beleza, ou tema, mas sim por ser uma forma nova e revolucionária de pintar.

No presente se o artista é quente se tem importância no contexto histórico, se a sua obra é representativa do estilo dele, são fatores a ter em consideração. Artistas da moda, sobre os quais se fala, com exposições em importantes galerias e museus e com reportagens publicadas são os que têm a probabilidade de atingir preços altos.

Contudo, a obra nasce da criatividade, portanto, se alguém procurar atingir a fama, anula a criatividade. Todos nós nascemos criativos, toda a criança é criativa! Porem no decorrer do tempo a criatividade da criança é substituída por conceitos errados e crenças corrosivas, a ambição passa a conquistar o espaço da criação e anulamos o nosso ser. Um ambicioso não é criativo. A criatividade é viva, presente e construtiva. Por isso: pessoas de valor não são normalmente reconhecidas no seu tempo, pois no seu tempo, falta a visão e a perceção para as avaliar.

Por exemplo: Van Gogh no seu quadro A Noite Estrelada, pintado em 1889, viu e pintou o que mais ninguém havia visto e retratado até ao momento, de tal forma que hoje em dia, os astrónomos confirmaram a colocação exata das estrelas e a posição da lua na tela, revelando a objetividade da observação de Van Gogh com relação à natureza. Ser bem-sucedido, é raro para quem seja realmente criativo. O sucesso na maioria das vezes está ligado ao poder e ao dinheiro, poder e dinheiro não são criativos, muitas vezes são destrutivos, por isso quem queira alcançar sucesso, fama e respeitabilidade, dificilmente será criativo. A criatividade toca o divino, somos, agimos, vivemos o presente no momento de forma livre e absoluta no prazer de nos transcendermos em algo maior e de real valor. Ao dançarmos, ao pintarmos, ao andarmos ao amarmos atingimos a plenitude do ser e a revelação do amanha.

Aladin Van-Dúnem